O começo de 2015 não está sendo fácil para todos os segmentos. Com as incertezas econômicas e a confiança do consumidor abalada, grande parte das empresas estão colocando o pé no freio na hora de realizar investimentos, lançar novos produtos no mercado ou até mesmo manter suas ações rotineiras de marketing e fidelização de clientes, buscando se adequar à redução do consumo economia. Mas será que essa é a melhor hora para minimizar os investimentos?
Romeo Bussarelo, diretor de marketing da Tecnisa
Romeo Bussarelo, diretor de marketing da Tecnisa
Segundo o diretor de marketing da Tecnisa, Romeo Bussarelo, “quando o mercado está ruim, o primeiro corte que se faz é o de marketing. O que não deveria acontecer, porque marketing não é despesa, é investimento. Mas as empresas ainda tem uma visão muito equivocada” – disse em recente entrevista ao Portal VGV.
E a avaliação do diretor não é singular, mas compartilhada por outros profissionais do setor. Bruno Lessa, diretor da agência Marketing SIM, defende que, em momentos de crise, o marketing deveria ser o primeiro setor a ser valorizado e não cortado. “Em vez de correr para cortar custos imediatamente com o marketing, a empresa deve procurar entender o seu consumidor, suas dúvidas e anseios neste momento que o levam a reduzir o consumo, e em seguida adequar sua estratégia para ir de encontro a estas necessidades. Isso gera uma identificação da marca com o consumidor, o que pode ser muito positivo”, afirmou o executivo.
Bruno Lessa, diretor da Marketing SIM
Bruno Lessa, diretor da Marketing SIM
Para embasar a opinião, Lessa cita o exemplo de uma grande rede multinacional de supermercados que, durante um período de recessão, mudou sua estratégia para se posicionar como empresa que oferecia “preço baixo, sempre”, em um momento onde o consumidor buscava justamente economizar. “Em vez de suspender investimentos em marketing, eles primeiro buscaram entender o consumidor e depois reforçaram os investimentos nesta comunicação, e assim construíram uma marca forte, lucrativa, com um posicionamento muito claro. E hoje são uma das maiores empresas do mundo”.
Causas e efeitos: entenda o motivo do recuo de investimentos e onde mais o mercado é afetado
O primeiro mês de 2015 demonstrou o clima econômico que se instaurou no Brasil, mas foi de grande valia para quem ainda estava em fase de planejamento de marketing e de comunicação. Uma das grandes responsáveis pela freada no consumo é a inflação, que está em torno de 7,14% no acumulado dos últimos 12 meses, bem acima do teto da meta, e que é a principal causa para o aumento dos preços em todos os setores, além de diminuir o poder de compra dos consumidores. Apenas em janeiro o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou variação de 1,24%.